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BRAZIL ------------------------------------------525[FEATURE ARTICLE] | |||
Pedalando Rumo ao BrasilAtivistas Impulsionam um Transporte Mais Ecológico nas Conversas Climáticas da ONUBy Jazmin Agudelo for Ruta Pantera on 10/17/2025 7:51:15 AM |
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| Em um mundo onde as cúpulas climáticas reúnem dezenas de milhares de delegados que viajam em aviões e veículos movidos a combustíveis fósseis, um grupo de ativistas decidiu desafiar o status quo. Centenas de ciclistas cruzaram a Europa e partes da Eurásia e da África, convergindo em Portugal para embarcar em um veleiro com destino ao Brasil — tudo isso sem pisar em um avião. O destino: Belém, a porta amazônica que sediará a COP30, a 30ª Conferência das Partes da Convenção-Quadro das Nações Unidas sobre Mudança do Clima, de 10 a 21 de novembro de 2025. Essa odisseia, conhecida como COP30 Bike Ride (Percurso Ciclístico COP30), é mais do que uma jornada simbólica; é um chamado urgente para repensar o transporte como um pilar da ação climática. Com mais de 600 participantes em seus diferentes trechos, a iniciativa mostra como o ciclismo pode reduzir emissões, promover equidade social e conectar comunidades na luta contra o aquecimento global. Num contexto em que o transporte representa 24% das emissões globais de gases de efeito estufa, segundo o Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), essas rodas em movimento enviam uma mensagem clara: a sustentabilidade deve começar em casa — ou, neste caso, na estrada. Enquanto os líderes mundiais se preparam para negociar compromissos mais ambiciosos em Belém, esses ativistas pedalam não apenas pelo planeta, mas por um futuro em que a mudança climática não dite o ritmo de nossas vidas. | ||||
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Origens e Rota do Percurso Ciclístico COP30 A semente dessa aventura foi plantada na COP29, realizada em Baku, Azerbaijão, em 2024. Um grupo simbólico de ciclistas entregou uma bandeira a um delegado brasileiro, prometendo chegar à COP30 da mesma forma: sem combustíveis fósseis. Dessa promessa nasceu o COP30 Bike Ride, uma travessia de quase 8.000 quilômetros através da Eurásia em 20 semanas, que se ramificou por rotas paralelas no norte da Europa e na África. A rota principal partiu de Baku, cruzando o Cáucaso e o leste europeu até chegar a Portugal. Mais de 600 ciclistas se juntaram em diferentes etapas — de entusiastas locais a ativistas experientes. Um percurso adicional cobriu 1.800 quilômetros pelo norte da Europa com mais 200 participantes, enquanto na África Oriental e Austral, grupos menores pedalaram inspirados pela mesma causa, liderados por figuras como Enock Kitheka, que compartilhou histórias de comunidades vulneráveis afetadas por secas e enchentes. Em Portugal, em Cascais, perto de Lisboa, o grupo principal — cerca de 50 ativistas — embarcou suas bicicletas no porão do veleiro Avontuur, uma embarcação tradicional holandesa, para uma travessia oceânica de três semanas até Belém. Essa navegação à vela, sem motores a diesel, reforça o compromisso do grupo: emissões zero em cada quilômetro. Os organizadores, como a holandesa Jasmijn Schorel, descrevem a abordagem como algo que alcança “o coração, a mente e as mãos”: o coração através das histórias das comunidades locais, a mente com propostas políticas concretas, e as mãos ao completar a jornada sem combustíveis fósseis. Ao chegar a Belém, os diferentes ramos se unirão em um desfile final de bicicletas pela cidade, entregando suas reivindicações diretamente aos negociadores na abertura da COP30. O Papel do Transporte Sustentável na Ação Climática O transporte é o segundo maior emissor de CO₂ no mundo, perdendo apenas para o setor de energia. Nas cúpulas da COP, a ironia é evidente: enquanto se discutem reduções de emissões, os voos dos delegados geram milhares de toneladas de carbono. O COP30 Bike Ride busca tornar essa contradição visível, defendendo políticas que priorizem o ciclismo como uma solução escalável. Entre suas principais demandas: investimento em infraestruturas ciclísticas seguras, subsídios para bicicletas elétricas em países em desenvolvimento e incentivos fiscais para o transporte não motorizado. Segundo o IPCC, dobrar a participação global no uso de bicicletas poderia reduzir as emissões entre 7% e 11% até 2050. Em Belém, esses ativistas pressionarão por um “Pacto de Mobilidade Limpa” na COP30, integrando metas de transporte às Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDCs) que os países devem atualizar em 2025. Isso não é apenas retórica. Na Europa, cidades como Amsterdã e Copenhague transformaram sua mobilidade: 40% das viagens em Amsterdã são feitas de bicicleta, reduzindo congestionamentos e poluição. Na América Latina, onde 80% das emissões urbanas vêm dos veículos, iniciativas como essa podem inspirar megacidades como São Paulo e Cidade do México a investir em redes ciclísticas, promovendo equidade ao tornar a mobilidade acessível às comunidades de baixa renda. Histórias sobre Duas Rodas Por trás das rodas, há histórias que humanizam a crise. Antoine Polliand, francês de 28 anos, pedalou de Baku até Lisboa, preparando refeições comunitárias a bordo do Avontuur. “Cada quilômetro é um lembrete de que a mudança começa com escolhas pessoais”, diz Polliand, que deixou seu emprego em marketing para se unir à causa. Jessie May Green, britânica da Flotilla4Change, enfatiza o aspecto comunitário: “Em cada parada, compartilhamos refeições com os moradores, ouvindo como o clima afeta suas vidas. É ativismo em movimento.” Na África, Enock Kitheka, queniano de 35 anos, liderou um trecho desde Nairóbi, conectando-se com agricultores afetados por secas. “O ciclismo nos une; mostra que soluções simples como as bicicletas podem salvar colheitas e vidas”, relata Kitheka em uma chamada matinal com Schorel. Essas narrativas não apenas inspiram, mas também ilustram como o transporte ativo promove a saúde física e mental, combatendo a obesidade e a poluição — causas de sete milhões de mortes anuais. O grupo também inclui jovens delegados da UNICEF, como Danny Aguilar, do Peru, que defende uma educação climática integrada à mobilidade sustentável. Sua diversidade — europeus, africanos e latino-americanos — reflete a dimensão global da COP30, na qual o Brasil aspira a liderar a proteção da Amazônia, apesar de desafios como a exploração de petróleo impulsionada por Lula da Silva. | |||
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